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allan de lana

terça-feira, dezembro 31, 2002

feLiza ano novo
Um dia, quando na minha rua moravam meninas além das duas que aparecem para dizer oi uma vez por ano, aconteceu uma festinha de meu aniversário aqui em casa muito psicodélica. As mulheres em geral conseguem animar as pessoas quando querem, até para festas psicodélicas. Nesse dia, 14 de outubro, dançamos músicas de festa junina. As meninas fizeram uma vaquinha e compraram um CD encalhado que vinha em uma revista Caras (ou Contigo, sei lá) com músicas natalinas cantadas em português de Portugal, fazendo propaganda do óleo de cozinha Liza. Maravilha aquilo. Tirei as músicas juninas e cortei o barato do povo que tava dançando aquelas maluquices muito legais de situações sertanejas do tipo "olha a cobra!", então coloquei o CD FeLiza Ano Novo, que agüentamos ouvir até a metade. Tirei-o para não apanhar. Ninguém estava dopado, e tomávamos pouca cerveja. A lucidez foi o grande barato daquela noite e sempre é em todas as horas e todos os dias.

Muita lucidez para todos. Usem a droga do Novo como forma de expandir a percepção e o auto-conhecimento, mas não engula nem cheire o novo todo em um só dia. A embriaguez e a dormência exageradas são o avesso da sensibilidade e da hiperestesia.

Desejo para o início de 2003: que Roriz e todos os políticos, comerciantes, bicheiros, grileiros, ladrões de carga, desembargadores e profissionais que o ajudaram a crescer como ladrão ou aceitaram ser comprados sejam punidos e presos, devolvendo os milhões roubados; e Magela no GDF. Sei que é quase impossível, mas acho que pode ocorrer.

Outro desejo meu é aprender mais sobre física e mecânica.

Tudo de bom e felicidades.

segunda-feira, dezembro 30, 2002

Abraham Palatnik.

Palatnik!
Parece A Palavra mágica da cinética.
Palatnik!
Basta dizer com convicção.
Os objetos ganham vida própria,
No escuro, a luz ganha inteligência
e a forma de seu sentido, projeção.
Nada representa Palatnik
Ele conduz à quinta-essência
de que somente a luz é a multicor
em ação.

Nelson Leirner em Brasília
Eu já havia dito que Nelson Leirner estava em Brasília, na galeria ECCO? Não? Pois é, está. E é melhor você ir ver logo, porque não sei até quando ele vai ficar.
Mas cuidado... Muiiiito cuidado para não virar macaco. Não seja um macaco como os que não nos deixam usar Nelson Leirner: abra o zíper! Mas não faça macaquices como a minha de perguntar pra monitora se a gente pode usar as obras, porque ela vai dizer que não e vai ficar vigiando como fez comigo e com o Alex. Apesar de ela ter sido gente fina e dado as costas umas vezes para fazer de conta que não tava vendo que eu tava abrindo e fechando o zíper e apertando a Mona Lisa.

Para ninguém ficar pensando imoralidades, explico. Lúcio Fontana fazia cortes com estiletes em suas telas monocromáticas. Assim, abria o espaço, expandia o vazio. Seu argumento colou e ele ficou famoso. A partir daí, passou a repetir a experiência gestual do corte com estilete em várias telas monocromáticas, incessantemente, como que vislumbrado pelo espaço infinito que criava (ou pelo Glamour obtido a partir da idéia).

Nelson Leirner então sofistica a idéia de Fontana com um ato simples: costura diversos zípers em uma tela, que podem ser abertos ou fechados de diversas maneiras, dispensando a repetição da compra de novos materiais semelhantes para "brincar" com o estilete e possibilitando que a experiência do espaço seja vivida e desfeita. A obra é interativa, mas na galeria não pode ser tocada (que maravilha, não?).


A Mona Lisa (ou as Monas Lisas), mostra a vulgarização de um objeto de arte original que se tornou um mero objeto decorativo e muitas vezes um antiquado símbolo de "status", servido à idolatração do poder vazio das imagens fora de seu contexto original e completamente deturpadas. O mesmo ocorre com a santa ceia.

A exposição ainda vai muito além, levantando questões e ironizando a tão mal usada arte conceitual, confundida cada vez mais com o "cult" e "intelectualizado" modo afrescalhado de ser.

segunda-feira, dezembro 23, 2002

Chegou o recesso de fim-de-ano. Agora todos os dias parecem fins-de-semana. Talvez aí esteja um motivo para eu não ter escrito nada aqui nem ontem nem sábado.
Eu poderia ficar enchendo lingüiça aqui por muito tempo, porque não tenho nenhum compromisso nem para hoje nem para amanhã, apenas preciso terminar o presente da Dany e comprar o do meu amigo oculto de natal, embora eu odeie o papai noel, aquele balofo chato com desequilíbrio térmico. No caso do presente da Dany, agrada-me que dia 25 seja o dia dos nossos seis meses de namoro. Sim, uma metade! E prefiro comemorar uma metade do que comemorar o Espírito Natalino.

Bem... Acabei lembrando sem querer do concurso de poesias do SESC, em que Espírito Natalino foi meu irônico pseudônimo... Anteontem foi o lançamento do livro com as 25 finalistas, entre elas a Trifase. recebi 19 livros mais um. Esse "um" é o meu, que tem uma dedicatória do Nicolas Behr, o meu maior ídolo da geração mimeógrafo de 70. Me felicita e emociona muito que no livro que ele recebeu tenha também uma dedicatória minha, improvisada no momento em que ele me abordou em minha mesa pedindo a página de Trifase.

Fiquei perdido como se meu coração houvesse disparado. Meu coração havia disparado. E como havia! Porque eu ja tinha falado com o Nicolas naqueles ataques de idolatria que desconfiguram a normalidade de algumas pessoas, como eu, vez ou outra, mas jamais pensei que Ele um dia sequer abriria um livro qualquer na página...

"Trinta e quatro. Trifase.", meu pai disse em voz de temperatura ambiente.

Aí eu o desejei uma boa viagem, porque naquela noite algumas pessoas importantes da cerimônia já haviam recorrido a esse uso inadequado de viagem no lugar de leitura.

Agora devo ter uns 14 livros e vou desejar mais umas 14 boas viagens para mais umas 14 pessoas que não sei ainda quem. Não vou decidir agora. Você deve se lembrar que quando comecei a falar do livro do SESC o fiz por um desvio incidental causado pelo "Espírito Natalino". Até aquele momento, eu pretendia falar sobre meu mais novo vício, ou... Minha mania de fim-de-ano.

Porta-copos com gravuras. Fiz o primeiro jogo de porta-copos por influência da... adivinha... Dany. Ela é quem sempre diz: "Lan... por que você não põe em prática aquela sua idéia?" ou "Gostaria que você se inscrevesse em um concurso de poesias."... Dei no amigo oculto da Terèse, minha queridíssima professora de Materiais em Arte 1. A gravura escolhida foi a de um copinho feito com linhas brancas em fundo preto. Aliás, devo fazer uma correção, não foi gravura, mas pintura e monotipia misturadas. Um pouquinho só de gravura em madeira.

Agora pretendi dar continuidade à confecção de porta-copos. Um jogo vem com 7 e custa 8 Reais. Todas as "gravuras" daqui por diante serão resultados de estudos da obra de pintores e outros artistas. Hoje terminei as impressões do Magritte. Amanhã terminarei os porta-copos usando elas. O próximo será o Dalí ou o Da Vinci.

Tenho tembém pesquisado novas formas de impressão em pano e com o passar do tempo elas vão melhorar muito, sobretudo quando eu tiver uma prensinha portátil.

quarta-feira, dezembro 18, 2002

Queridos leitores!!!
De volta ao mundo.

Estava mesmo com saudades desse monitor natimorto com uma imagem de formulário de postagem mais natimorta ainda, principalmente de soprar uma vida neles por meio dos meus dedículos aracnídeos.

Nesse fim-de-semana voltarei a escrever algum texto interessante (que pra mim é interessante) aqui. No mais, só posso deixar como registro agora, uma postura que tenho que me parece exorbitantemente romântica, mas que jamais será negada por aqueles que já se despiram de preconceitos e se deixaram auto-conhecer por uma obra de arte:

A arte é a lucidez
e a viveza extrema
a embriaguez sob a qual há clara destreza
e a confusão hiperestésica das sensibilidades
corpo e percepção
dos quais só a vida é feita emblema.

domingo, dezembro 01, 2002

Introdução à Corrupção da Consciência

Não imagino o motivo de tal inversão. Não começarei esse texto delimitando o tema que já foi delimitado pelo título, nem apresentando minha tese. O fato é que ontem cheguei à conclusão de que sou analfabeto em teatro e em cinema. Isso me induziu agora a lembrar exemplos de vídeos que trabalharam diretamente ou por meio do "não-dito" (princípio que não explicarei, porque assim se tornará dito) com esse assunto. Por isso, resolvi começar pelas recomendações finais. São dois os filmes: Billy Eliot e Língua das Mariposas.

No primeiro, mais simples, direto e negativo, uma criança é levada a repudiar comunistas, induzida ao aborto de sentimentos antes que se tornassem emoção e, mais além, expressão, após e durante a qual há um processo de clarificação, de ganho em autoconhecimento e lucidez. No segundo, cujo desfecho é positivo, há uma conversão do comportamento do pai boxeador cujo filho queria ser bailarino. A superação de um preconceito ocorre no momento em que o adulto resolve "adotar" suas próprias emoções. Diz Aaron Ridley, acerca do conceito Collingwoodiano: "Uma consciência corrompida ou 'falsa', ao contrário, é uma consciência que, em razão da falha em clarificar seus pensamentos e sentimentos, recusa-se a reconhecer suas experiências como suas próprias." (2001, p.17)

Collingwood leva a problemática à arte e ao artista e desses de volta ao mundo. Para ele a arte é a cura oferecida da doença da Corrupção da Consciência e, talvez não tão hiperbolicamente como possa parecer, para a morte a qual essa doença implica - no que discorda, no entanto, Ridley.

Não obstante, o próprio Ridley atribui o que denomina exagero ao clima promovido pelo fascismo europeu dos anos 30. O que é descrito então pelo autor para traduzir os efeitos desse fascismo é assustador. Não que devamos ter medo do passado, mas, no entanto, do presente, do perigo de alguns críticos, de alguns jornalistas, jornais "da comunidade" ou "de Brasília", de consciências fracassadas ao se deixarem corromper. Elas não são mentirosas, nem tampouco enganadoras, mas simplesmente ficaram alheias à sua verdade e conhecimento devido à uma "analogia com o que pode ocorrer entre um intelecto e outro" (Collingwood, citado por Ridley, 2001, p. 18), falhando no conhecimento de si mesmas. Eis a tão trágica realidade dos anos 30 que implicou em uma epidemia dessa doença: "Não apenas na Itália, Alemanha ou Espanha, mas também na Grã-Bretanha, as pessoas estavam sendo impelidas por uma onda de 'sentimentos não-domesticados' a adotar, da boca de demagogos, pensamentos que não eram verdadeiramente seus".

Passe agora os olhos por sobre uma tal América, da qual nada aqui foi dito nem será, a não ser que é capaz de matar a quantos forem como simples, tranqüila e coriqueira publicidade. Constatará, como eu, que Collingwood estava certo?

quinta-feira, novembro 28, 2002

Acabo de redigir um e-mail para a lista do CAPLAS com os assuntos das reuniões de hoje e não pude resistir, apesar de já ser um pouco tarde para continuar aqui matando e fazendo viver o tempo - isso porque não se mata o tempo assim tão fácil, ele é como uma sangue-suga que quanto mais se tenta arrancar de si maior a força com que ela se prende à pele, fica mais vivo nessas horas de cronohomicídio -. Ocorre-me uma intensa necessidade de reler a fala do Nelson Leirner, esfregar meus olhos, ler outra vez, e dessa vez cada letra e combinação sonora das palavras, para tentar fazer com que maior lucidez ainda me atinja, mesmo estando com sono. É quase inacreditável que o que eu tenha tentado dizer várias vezes, mas com grande auto-censura e medo, na minha insignificância, tenha sido tão claramente dito por... um artista consagrado! E o que é, afinal, um artista consagrado? Arranque-o esse título... O que sobra? Textualmente, o "artista", mas em termos reais... alguém. ninguém. Admitir-se assim é admitir uma ética que nos suplica ser vista enquanto artistas (todos nós), sem se deixar morrer na consciência. É esse o assunto: Corrupção da Consciência: sobre o qual desejo tratar. Fica para a próxima postagem. Agradeço a todos os que comentaram o post anterior ou os assuntos dele, a absolutamente todos. Felicidades e até esse fim-de-semana.

quarta-feira, novembro 27, 2002



Se me perguntas o que desejo mais avidamente nesse momento, digo: ir ver Nelson Leirner. SÃO PAULO É A CIDADE DOS SONHOS!!!
Vê uma transcrição de uma fala dele, feita em uma matéria do Obraprima.net:

"(...) Durante três ou quatro anos, começaram a acontecer muitas coisas com a minha carreira; coisas retumbantes, embora estranhas. Notei, por exemplo, que com seis meses de pintura fui premiado num salão. Com um ano de trabalho exponho na melhor galeria de São Paulo, a São Luiz, que apresentou meus desenhos sem vê-los antes. Mais seis meses e entro na Bienal; e Stanislawsky, crítico polonês de fama internacional, acrescenta ao meu trabalho uma longa crítica. Aos poucos, a gente vai percebendo a razão de tudo. A qualidade de meu trabalho não possuía a importância que lhe foi dada. Era uma pura questão de prestígio social. Tinha visão do que fazia então, e sei que era realmente ruim. Quem trabalha seis meses não pode surgir de repente e ter seu trabalho aceito. Pode mostrar apenas que tem talento. Com a consciência do que estava acontecendo, surgiram perguntas sobre critérios de julgamento e sobre a própria obra de arte. Tudo isso punha em xeque e em dúvida o valor das coisas. Compreendi que se pode construir um cara qualquer; até sem ver seu trabalho. Era natural que começasse a soltar tudo o que estava dentro de mim, logicamente num sentido de contestação. Esse foi meu começo"(São Paulo: Paço das Artes, 1994. p. 41-42).

Recomendação para leitura nesse momento caso você tenha ficado tão perplexo(a) e contente quanto eu:
Honoré de Balzac. Ilusões perdidas.

quarta-feira, novembro 20, 2002

Eu quero monitorar a exposição do Athos Bulcão, mas não me puderam nem me deixaram porque eu sou do segundo semestre. Essa verdade não implica em ignorância. Se fazem entrevista para quê serve esse critério grotesco baseado em um aspecto cronológico requisitado de maneira incompleta?

Te interrompes-me
Quando te vejo-me andando atrás das regras

Te sinto-me impróprio
Quando me dizes-te: crianças... Querem o todo
Não sabem de nada... pequenas e piegas.

domingo, novembro 17, 2002

Cheguei de Goiânia
Trazendo 2 CDs novos como minha bisavó na malinha.

A humanização do Design?
O que é uma arte genuinamente brasileira? Isso existe? Espero que sim, mesmo com todas as distorções que na prática essa expressão "genuinamente" apresente. E ainda, admitindo que a "personalidade" do Design (contemporâneo) tenha em sua formação algumas pitadas de arte e contribuição de artistas, será que é possível surgir um Design brasileiro?
Essas questões não podem ser respondidas com um nacionalismo qualquer, um amor fervoroso pela pátria. Aliás, nenhum nacionalismo pode-se dar ao luxo de posicionar-se do lado do sim ou do não. O âmago intencional dessa última pergunta é a identidade cultural - os ritos, os mitos, as ciências científicas e tradicionais, artes, cultura - dos povos que recebem a miscigenação do Design, associado ou não às ciências administrativas e ao Marketing.
Se entramos no campo do Marketing, a identidade cultural não pode ser preservada a não ser sob condição de ser derrubada. O Marketing, esse vírus comercial, muta-se e muta lentamente em função de seu axioma plano o meio em que age, tornando-o vulnerável. Sua única e final intenção não pode ser mais do que: o lucro: ainda que essa faceta que abarca toda a face pareça estar cega e reduzida a uma inofensiva verruga. Para ser sintético, abstenho-me do aprofundamento a esse respeito, já que sempre que se trata de globalização esse assunto é recorrente e muitos autores o tratam muito melhor do que um mero "estudante escritor de blogue" (sendo cruel comigo mesmo).
Por outro lado, o Design não associado ao Marketing, pelo menos em seus princípios morais (que são os de quem o faz), mesmo que sim em sua necessidade de suporte financeiro, pode ser, entre aspas, nacionalizado. Eis abaixo uma sugestão para estruturação simbólica de um "produto" que apresentei em um seminário no semestre passado:


As xícaras são de Mestre Cardoso, citam as cerâmicas, peças da arte marajoara, com símbolos próprios e enraizados na cultura regional de uma época e de um local. Convidei-me a perceber o que a realidade fala sem dizer, ela fala sobre ela mesma. A escolha da arte marajoara fala, sem dizer, que eu busquei uma análise estrutural visando responder: a arte pode dar ao Design a genuinidade nacional?
Muito provavelmente não responderei com toda amplitude essa pergunta, faltam-me conhecimentos sobre história, mas o modo como respondo atualmente já permite escolher um método de elaboração extremamente forte, mas que, como se faz no campo seqüencial e extremamente racional deve ser destruído, por esbarrar em maquiagens do mesmo tipo daquelas das maquiadoras do Marketing. Somente são grandiosos em seu "espírito" (no sentido como não o define Hegel - sarcasmo surrealista) os objetos desenhados sem o uso de qualquer método matemático não numérico (ou numérico).

quarta-feira, novembro 13, 2002

Atualmente, sintiria-me satisfeito comigo mesmo e com meu estágio de inacabamento, mas algo me atormenta, uma voz zumbe e arranha meu córtex:
- Emprego, emprego. Emprego etc.
Preciso de um emprego ou terei que me eliminar. Falta ele para que eu possa ser eu.

domingo, novembro 10, 2002

ADSL
Agora sim, acho que não vai mais dar problema na ADSL. O cara "resetou" (não sei em que sentido) a central e trocou o modem daqui de casa.

China, símbolo e sabedoria
Meu interesse começa na universidade. Um interesse mediano, corriqueiro e multiplicador de uma tradição acadêmica de reprodução de dados científicos objetivando deixar para trás... Derramar no passado dejetos da arqueologia e da estética que meu organismo não recicla, como um aluno ansioso pelas curvas virtuosas do SS. Mas bastou uma vez ter observado fotos de bisontes petrificados ou eternizados nas cavernas por sangue e outros pigmentos para que minha escola habitasse um pouco meus pés, minha animalidade. Talvez um pouco além, minhas mãos encontrariam os arquétipos do fenômeno "contemporaneidade".

E por que não ir em busca sobre a China? Seus machados de bronze e cálices ritualísticos, máscaras de duas faces que pouco se sabe sobre serem mitológicas ou não, a Idade do Jade e uma dívida da arqueologia eurocêntrica para com sua pre-história. Um mundo grandioso em pequenos espaços entorpecentes, o símbolo ciente e a arte da consciência sempre retornando ao seu início. Assim se faz o saber sobre a idéia: ideológico: ideográfico: ideograma: a escrita de filigrana: pintura zen: arte do bem:

E diante de uma enchente de conhecimentos carentes, faltando tudo sobre o Paleolítico negligenciado pela nossa sapiência, eis que eu estou no papel mostrado: a pintura e o entalhe que não são os próprios seres representados: a linguagem do mundo inanimado: o poder da substância:

Recital
Teve recital da Margarida, dia 8, na Praça do Relógio de Taguatinga. Tem outro dia 12/11 na Católica às 19h e estarei recitando outra vez um poema dela em homenagem ao Drummond. Haverá coquetel e creio que um coral também vai cantar.
No dia 8 foram poucas pessoas, mas a maioria adorou. O Presidente da Academia Taguatinguense de Letras estava lá e saudou com alegria aos participantes, assim como outras pessoas que ficaram emocionadas.

domingo, novembro 03, 2002

Meus pés, minha animalidade

Meus pés, minha animalidade,
pisam bem próximos de fundirem-se ao mundo.
Neles estão minhas memórias
meus ancestrais, espíritos gravados nas pedras.

Não são minhas mãos que os anjos alcançam
nas horas em que caminho.
Piso suave na memória que me descansa
mas sinto a preensão tardia
da mão que me quer, ora que me desmancha.

O polegar opositor invade
os monumentos das mãos tecnocratas,
espreme contra o indicador meu caminho,
desinfetado o sensível tão frágil pela chuva ácida,

antes que me esmague a traquéia
ponho-me a gritar as imagens que vejo
perdendo-se nos desconfortários arquitetônicos

e acalmo-me do delírio crônico da cidade
Com os pés reconfortados sobre a vida.

sábado, novembro 02, 2002

Sumi
A ADSL pifou.

Prêmio SESC de poesia
Não fui premiado, mas minha declamação foi um momento de êxtase em que me senti fundido à essência do universo e atingiu muito positivamente algumas pessoas. A qualidade de quase todas as poesias foi louvável, então pensei comigo que minha participação seria por si só interessante, como é mesmo para alguém que está começando na poesia, mesmo sem prêmios e medalhas. No entanto, se eu ganhasse uma menção honrosa, prêmio que seria facultativo aos jurados oferecer, estaria perfeitamente satisfeito, e isso me pareceu bastante possível. E foi quase isso que aconteceu. Posso dizer que ganhei uma quase menção honrosa: trifase esteve dividindo opiniões na banca examinadora, recebeu mais elogios das pessoas do que imaginei, mas não venceu uma outra poesia que não sei se é boa, porque não entendi sua pronúncia pela autora, inventou-se um critério que me pareceu completamente fora dos parâmetros estabelecidos pela regra de somente ser válido o texto: a poetiza tinha mais gente na torcida do que eu, que contava com minha grandiosa platéia composta por duas pessoas que eu adoro: minha mãe e minha namorada. Minha mãe pagou meu ônibus e fez durante 22 anos um grande esforço para me compreender, essa minha cabeça confusa, mas pacata; minha namorada ainda não precisou fazer esforço, mas me fez participar do concurso, me inspirou a abandonar minha timidez e levantou minha auto-estima. Mas foi justamente aquele "quase" que me agradou, já que quem mais aguerridamente defendeu a Trifase foi uma doutora em teoria literária que tem outros títulos reverenciáveis, de quem eu imaginei que jamais obteria sequer uma ponta de cêra de ouvido, mas de quem adoraria ouvir uma ou algumas opiniões, mesmo que disfóricas, sobre o conteúdo e a forma do meu pequeno texto. Pois consegui dela, sem sequer me manifestar, todo tipo de aprovação, olhando nos olhos, percebendo como ela precisava dizer o quanto aquela poesia a havia emocionado. Esqueci então os títulos daquela dama e os recursos poéticos e estilísticos que poderiam impressionar um analista literário sem sensibilidade: eu havia atingido o que pretendia e pretendo a cada dia mais: fazer as pessoas se sentirem vivas. E eu fiz isso com outros poetas, assim com já fizeram comigo também algumas vezes, inclusive nesse evento. Só isso basta: vida, sublime vida. Um livro vai ser editado com os finalistas, inclusive eu, que provavelmente terei meu nome escrito completamente errado e um erro grave de concordância no meu poema (ambos causados pela pessoa que os ditaram - ou digitaram). Dificilmente um ser normal compraria esse livro por minha causa, a não ser duas pessoas, mamãe e Dany; além do mais, com esses erros fatais, não irei indicá-lo, porque suas poesias serão maravilhosas desde que fiéis ao que o autor escreveu.

Trifase

O Sol, narciso, no fim da tarde,
apaga o dia e imprime a tábua,
enquanto foge, o movimento,
do eixo-estaca, e a Lua alarde.

Às duas fases do firmamento -
o que uma grava, outra revela -
segue a terceira no espelho d’água,
que dissimula, como aquarela.

domingo, outubro 27, 2002

Recital adiado
O recital que seria no dia 29 passou para o dia 12, na mesma biblioteca, no mesmo horário.

sábado, outubro 26, 2002

Blogue da Dany
Sou mestre em alterar postes que já foram sacramentados, eu os dessacramentalizo sempre. Agora estou fazendo isso para divulgar o blogue da Dany (e que blogão!), o Poema Lunar, que já tem um texto muito legal (ela escreve muito bem), lembrando a principal atividade do governo Roriz: segundo ele mesmo, o meio ambiente. (gargalhadas).

Comida, poesia e cobertura de "mashmallow"
Hoje tem comida especial na janta por causa do aniversário do Alex, que foi dia 24, como o do Ziraldo.


Hoje também tem ensaio, para o recital do dia 29, 19 horas, na Biblioteca Central da Católica. COMPAREÇA!

Aquele quadro ali encima é do Wayne Thiebaud, de quem eu não sei nem um pingo de história, tem gosto de Mashmallow (é assim que escreve isso?) e um cromatismo lúdico afável junto com a composição quase mística, mas muito divertida.

E, por falar nesses assuntos, dia 30 tem EU no SESC de Taguatinga e você tá convidado(a) para gritar meu nome alucinadamente. Amanhã posto o horário, que não sei qual é. Meu pseudônimo é Espírito Natalino e a minha poesia chama-se Trifase. Só não irei postá-la porque senão ela deixa de ser inédita.

sexta-feira, outubro 25, 2002

Picasso Gravador

Hoje a aula de Desenho 2 foi na exposição do Pablo Picasso, no Conjunto Cultural da Caixa. Lá também está tendo Otto Dix e fotógrafos africanos, aos quais eu não fiz visita. A intensão da aula era fazer algumas considerações acerca das qualidades de linha e do alcance dos claros-escuros lineares e pictóricos. No entanto, creio ser muito mais frutífero avaliar essas questões junto com a construção do sentido, descartando-as caso elas não sejam úteis para tal.

As gravuras, quase em sua totalidade, expressavam a visão dionisíaca do ser humano, fazendo uso da linha pura para clarificar todas as partes da mancha impressa. A intensão (talvez, e provavelmente, não intensional) é de dar abertura à uma idéia quase carnavalesca da arte, como na visão Nietzscheana, passada necessariamente, até se fixar por completo, pelo artista e seu desejo de potência e auto-afirmação. Tal visão levou à linha aparecer sincera a todos os detalhes, sem censurar ou esconder da luz nenhuma parte, tornando a representação de cada grafia explícita.

Um dos trabalhos em especial tratou sobre outra questão filosófica da arte e foi o que mais me encantou. De maneira genial, Picasso resumiu um dos princípios da filosofia de Kant, o princípio que iniciou, aliás, as discursões acerca da natureza do belo: ele não nasce na obra de arte, mas no seu observador. Ao mesmo tempo esse "retrato" de Picasso introduz uma idéia conceitual pela sua própria existência, a de que o sublime pode ser alcançado por meio da idéia, não só da natureza. A idéia, por sua vez, é fruto de um espírito, que na arte costuma vir associado a uma forma sensível. Trata-se de um teatro, com atores representando seus papéis calmamente e a platéia dominada por suas emoções mais fortes. O observador passa a fazer parte desse espetáculo, convidado a perceber o belo e o sublime em si mesmo.

A linha e as sombras são parte de um sentido originado na obra, mas alguns sentimentos, como a inquietação que senti, mas outros não sentiram, diante do "teatro" da gravura, extremamente frio diante do público tomado pelo pranto, pelo ódio, pelo desespero... Esses sentimentos que promovem a maneira de assimilação da beleza ou da feiura, ou ainda da idéia, estão no espectador, em sua visão de mundo, sendo ora mais, outrora menos variáveis.

quinta-feira, outubro 24, 2002

VIDIA O CENSO! AMARRA O CENSO! CUIDADO PRA NÃO FICAR DE BEM COM O MAU-CENSO!
"é a primeira vez, desde a ditadura militar, que um jornal de grande porte é vítima de censura explícita". Censuraram o maior jornal de Brasília, pior, com autorização de arrombamento!!!
Uma coisa que eu me pergunto: Por que tantos adultos veneram a época da ditadura? Sorriem diante das catástrofes mais do que diante de suas conquistas. Por que tanta gente culpa os jovens de perderem a liberdade que foi conquistada? Não culpem os jovens, por favor, vamos ser menos restritos em nossas críticas. Precisamos de força, inclusive dos adultos e de um reposicionamento de nossa juventude, voltado para o futuro, para seus sucessores, para que não joguemos no lixo juntos o que já obtiveram no passado!!!

Bandeiras contra bandalheiras
Sexta Feira, 25-10-2002 é o dia da ONDA VERMELHA!

segunda-feira, outubro 21, 2002

Dois tópicos que só vou postar em homenagem ao SPAM de um rorizista

e-mail que mandei para uma lista que recebia o SPAM:
SPAM + Jornal da Comunidade - dois crimes morais em dois instrumentos de poder
Fatos ocorridos nessas vésperas de eleição, como o SPAM ou a falta de ética na imprensa rorizista, demonstram como é nítida a necessidade que esse governo tem de manipular o povo e de dominar por meio do bombardeio de informações grotescas. Isso, cabe dizer, é uma técnica que não funciona com pessoas bem instruídas, mas em meios em que falta instrução e conhecimentos mais elaborados, isso infelismente funciona. A nós, que podemos fazer algo, ainda que ínfimo, para barrar a onda de ignorância para a qual muitas pessoas às vezes sem escrúpulos, as vezes sem instrução ou ainda completamente dominadas pelo medo que a (ainda)direita política tenta disseminar em forma de mito, contribuem, cabe dar nossa cartada. Em primeiro lugar, algumas pessoas têm recebido indesejadamente correios eletrônicos com assuntos abordados sem o mínimo de compromisso com a verdade, com fins unicamente eleitoreiros, vindos do extremo rorizista. O mesmo não pode ser dito a respeito dos anti-rorizistas. O site anti-roriz, por exemplo, não encaminha mensagens a qualquer um, o que seria um desrespeito à privacidade, ele envia mensagens apenas para aqueles que estão cadastrados em seu sistema e que se cadastraram voluntariamente. Essa problemática pode ser avaliada sob um úinico prisma: o da ética.

Ética implica em compromisso com o esclarecimento e com a responsabilidade social do que se veicula ou pratica, jamais com a manipulação do povo ou de quem quer que seja com finalidades unicamente particulares. Tanto o SPAM citado aqui quanto o Jornal da Comunidade, distrubuído no DF gratuitamente, e também provavelmente o Jornal de Brasília, no qual o candidato "azul" diz que vai intervir em sua conversa com Pedro Passos grampeada, em que o irmão Passos praticamente dita o que Roriz deve fazer e este simplesmente acata, representam pilares da irresponsabilidade social e de uma anti-ética que precisa ser punida.

Não se trata definitivamente de liberdade de imprensa. Precisamos distingüir entre o que é livre e o que é simplesmente um acúmulo de absurdos. Pesquisas das mais grotescas são publicadas com erros abissais de até 20% de diferença com relação às pesquisas que possuem credibilidade são colocadas nas enxurradas de edições extras desse impresso. Grandes escândalos ligados ao governo vigente são sumariamente omitidos, enquanto seus redatores tentam catar agulhas no palheiro em favor dele. Não se trata aqui de levantar qualquer bandeira partidária, mas de pedir apoio e união de todos os que se sintam lesados com essa desinformação a que uma certa imprensa direitista nos tenta submeter, com estratégias grotescas de indução de comportamento. Há muito tempo parei de ler os absurdos daquele Jornal, percebendo seu grau de distorção, entretanto, não pude deixar de passar os olhos na matéria absurda publicada na mesma página de "Pesquisa da TV Brasília dá Roriz.". O erro da pesquisa é grotesco: 51,1% para Roriz contra 38,4% para Magela. Compare esse resultado com os de outras pesquisas (realizadas por volta de 20/10) e veja o quanto ela é indígna de qualquer menção. Em seguida, o jornalista anônimo que redige mal como um vestibulando sem amadurecimento no tema proposto usa termos da coloquialidade e clichês que obscurecem a profundidade do assunto acerca do debate na Record, identificando falhas da assessoria do candidato governista, como o fato de folhas com assuntos diversos o auxiliarem, muito provavelmente em sua falta de engajamento e conhecimento de seu próprio governo, como estratégias de comportamento e indução de falhas em seu adversário. Temos aqui um nítido exemplo de como a realidade é forçada a inclinar-se a ideologias partidárias.

Diante dessa imoralidade, sugiro aos infortunados pela lista intrusa e pelo Jornal da Comunidade que ajam contra tais instrumentos de dominação e alienação. Quanto ao Jornal, precisamos pedir que não seja mais enviado a nossos lares, pois não temos nenhum interesse em sua leitura. Como moro com meus pais, conversarei com eles para chegarmos a um acordo, no sentido de telefonar para a editora, que fica no Setor de Indústrias Gráficas, pedindo o impresso não seja mais atirado aqui em casa, em seguida encaminhar a ela um documento escrito e, por último, caso não adiante, procurar medidas judiciais para que essa tentativa de abuso intelectual cesse. Meu argumento é: o jornal é ruim, logo não tenho interesse em lê-lo; recebê-lo, para mim é o mesmo que receber montes de papés inutilizados, que, no máximo, servirão para que eu tenha o trabalho de joga-los fora ou envia-los para reciclagem. Sendo assim, como o jornal é atirado dentro das casas, cabe ao morador insatisfeito processar a
instituição que manda atirar lixo em sua residência ou em seu quintal.

Quanto ao SPAM, ainda é difícil agir, pois o sujeito que o faz permanece no anonimato, assim como tenta permanecer Roriz no mando de seus crimes contra a humanidade, a natureza, a propriedade... Mas não vamos deixar barato. Reivindiquemos ao menos a nossa integridade passando esse manifesto de mão
em mão, sem cessar o "Foward" enquanto não acabar nossa indignação.

Allan de Lana

P.S.: Agora também existe uma carta sem assinatura nem remetente que trata dos mesmos assuntos, colocada nas caixas de correio pelo "fantasma ladrão". Infelismente, ainda não vi um político que ganhasse uma eleição sem mais ou menos agredir a integridade intelectual ou o engajamento de seu eleitor, mas me parece que nessas eleições nossos candidatos, especialmente o Roriz, têm exagerado mais na dose.

________
piada que recebi no e-mail:
Relógio de cascata

O cidadão morreu e foi para o céu. Enquanto estava em
frente a São Pedro nos Portões Celestiais, viu uma
enorme parede com relógios atrás dele.

Ele perguntou: O que são todos aqueles relógios?

São Pedro respondeu: São Relógios da Mentira. Todo mundo
na Terra tem um Relógio da Mentira. A cada vez que você
mente, os ponteiros de seu relógio se movem.

Oh!! - exclamou o cidadão

- De quem é aquele relógio ali?

É o de Madre Teresa. Os ponteiros nunca se moveram,
indicando que ela nunca mentiu.

E aquele, é de quem?

É o de Abraham Lincoln. Os ponteiros só se moveram duas
vezes,indicando que ele só mentiu duas vezes em toda a
sua vida.

E cadê o Relógio do Roriz?

Ah! O do Roriz está na minha sala. Estou usando-o como
ventilador de teto.

quinta-feira, outubro 17, 2002

Recepção
Café da manhã amanhã no CAPLAS, às 10h. Quem for calouro, fique frustrado, não vamos melecar ninguém.

Interessante o que recebi no Boletim anti-roriz:
"A Malharia WJ malhas - QNE 16 LOTE 13 LJ 1/2 tel 3541063 / 3548060 / 3544847 possui uma grande quantidade de camisetas vermelhas (só tem vermelha) a R$ 6,00 (seis reais).". É possível que eu adquira uma. (eu em clima de Revolução Russa. Coitado do Lênin se ele ver esses dois idiotas candidatos a Governador hehe)

terça-feira, outubro 15, 2002

Síndrome
Acho que mais pessoas do que eu penso sabem da minha existência ou sabem melhor sobre ela do que imagino. Muita gente já me leu na internete, não aqui nesse blogue, mas no antigo, e também na publicação de "Os Pombos" feita pela editora Blocos na parte de literatura e poesia e já viram meu nome no Painel Brasileiro de Novos Talentos (por um poema que foi publicado há muito tempo, pelo guia espiritual da tia da minha tataravó). Vira e mexe alguém me conta que digitou meu nome artístico - Allan de Lana - no Google, então apareceram esses arquivos desenterrados. Hoje eu fui lá e constatei, é verdade, e tem também um garoto que se chama Allan Lana que tem Síndrome de Wílliams em um Álbum de Fotos hospedado no Terra. Essa síndrome parece se manifestar apenas ocasionalmente, sem nenhum motivo já identificado, em 1 entre 20.000 crianças que nascem. Ela foi descoberta por um tal Dr. J. C. P. Williams, que percebeu que entre as características das crianças afetadas pode aparecer uma intuição rítmica muito acentuada e facilidade para memorizar músicas infantis com textos ritmados, além de outras, que são relacionadas à falta de Elastina (pontos vermelhos da figura acima) e outras substâncias do cromossomo 7. Percebi também, buscando por "allan lana pombos" (Os Pombos é a poesia que mais frequentemente é encontrada) aparece o blogue da Marília. Depois de tudo, percebi que sou um inútil que acabara de perder mais de meia hora da minha vida brincando de me procurar e aprender sobre meu chará que tem S.W.. Mesmo assim, veja aí Os Pombos (com duas letras a mais e uma pequena correção no erro de digitação da Blocos), jogue pipocas para atraí-los e chute-os se quiser.

Os Pombos

As telhas ao sol estalam
os seus dedos.

Os pombos comem, exalam
assobios

e bicam as telhas velhas.

Por que será que póqué
poqueia pó na telhalheia?

Tocs no teto esvalam
à calçada.

Pelas canaletas calam
o silêncio.

A chuva chuá crachá
não tem chá, só oxalá lá!

Não têm respeito mútuo
...povo-pombo...

Não têm respeito público
...pombo-bosta...

Cagam!-nos monumentõs
monumentos.

São cagados por (cos) eles
e nos roubam

pipocas doces, telhados...
Só não roubam

cagam!-nos deputados.

segunda-feira, outubro 14, 2002

Pirenópolis
Três dias fora da morgação das férias (mentira, não fiquei tão inutilizado durante esse mês), constatando mais uma vez que é se cansando que se descansa e percebendo que o prazer estético a que natureza induz não é meramente contemplativo.
Abraçar as árvores, caminhar sobre as rochas, assobiar para os pássaros, levar mordidas de peixes nas pernas e uma dentada deles das mais gulosas na pinta preta das costas (doeu pacas), brincar com as formas da água em movimento, aproveitar o frio doce da substância líquida do Planeta Água. Esses são prazeres interativos, são esculturais, cheios de idéias e matéria, de seres e de entes, se Hegel não se engana, isso seria viver e conduzir a criação divina, brincando de ser Deus ou, como mais me atrai, um deus(inho). E se o Barthes não se irar comigo, posso dizer que a natureza "faz do saber uma festa" e que é infinitamente prazeroso tê-la sem destruí-la, assim como as palavras.

etc...

Rumo à cova
Parabéns pra mim. Hoje é o dia de perceber o quanto eu estou mais velho do que eu pensava.

quarta-feira, outubro 09, 2002

Gregor
Em A Metamorfose, Gregor acorda vertido em inseto e tenta acreditar ter um sonho. Sua família, enojada pelo novo aspecto, monstruoso, de "cucaracha" agigantada assumido pelo mais velho e trabalhador dos filhos, tranca-o na solidão incomunicável de seu quarto, onde aos poucos perde sua vitalidade. Gregor desiste de tentar comunicar-se em vão por meio de sua voz repugnante e dicção indiscernível; açoitado pelo pai, perde qualquer possibilidade de estabelecer comunicação com os humanos à sua volta, pelos quais é tratado simplesmente como bicho. Kafka descreve, de maneira fantástica, o prazer de uma simplória e sarcástica virtude que acerta facilmente à vida pública as distorções da vida privada: livrar-se dos problemas, seja como for e custe a quem custar, de modo que as distorções desapareçam.

Os atrasados - e eu tremendo de raiva
Algo me leva a crer que o Departamento de Artes Visuais da UnB está de sacanagem com os alunos. Eles querem nos forçar a pegar poucos créditos, sendo que a quantidade máxima já é uma mirra, 24. Querem que os alunos fiquem com seus 16 ou 18. Quando é que a gente vai se formar desse jeito?

terça-feira, outubro 08, 2002

Documenta de Kassel
Esse é o nome do maior evento mundial sobre a arte produzida na época contemporânea (possuindo uma história muito interessante, que vale a pena conhecer), nesse ano encerrada em setembro, na Alemanha. Participaram do Brasil Artur Barrios e Cildo Meirelles, que inclusive expuseram em Brasília, no espaço ECCO (sigla que não sei o que significa), junto com um grupo de artistas goianos. Artur Barrios foi quem mais me chamou atenção, usando palavras empilhadas para formar algumas dunas de discurso. A instalação, entretanto não se fazia completa no momento, não sei se por falta de espaço físico adequado, mas não deixou de provocar-me um choque e uma curiosidade muito grandes. Tudo isso é para dizer que hoje Glênio Bianchetti, um dos nossos artistas mais conceituados, dá, nesse momento, uma palestra, começada às 19:30, sobre a Documenta, à qual eu não pude ir, mas parece-me, por algumas indicações, que faz parte de um conjunto de palestras que serão dadas com o intuito de discutir nossa produção artística. Procurarei informar-me melhor, dispondo aqui no eau de parfum os horários e outras informações importantes, para quem quiser possa comparecer (inclusive músicos, poetas e atores).

É com disposição que a gente acaba forçado a ficar indisposto
Só o Departamento de Artes Visuais é mais lesma do que eu. Tiveram de adiar o papelzinho de adicionar/excluir disciplinas para a sexta. Estarei viajando... Trocando em miúdos: me lasquei.

segunda-feira, outubro 07, 2002

Hoje é dia do compositor.

Ode Compositório ao Processo de Aprendizagem Musical do Mundo

Um ônibus acelera,
Um tremor cinza de terra escapa-da-mente,
O escapamento retorcido sobre o humano.

Um pássaro canta.
Aculturo o canto do canário natureba:
Cítara, pífaro, tango, fígaro, eu recanto

Irirí, meu passarinho,
Eu não o conheço, Villa Lobos
E a soprano me ensinam
Sob o Sol das asas frenéticas do piano.

Os ouvidos da minha vista ainda estão compondo
As cigarras serrando os galhos da primavera.
As antropomorfo no meu poema compositório
Ao perceber a sua nova atmosfera – e canto.


Convite ao leitor a entrar no Mundo das Palavras:
O fim desse mês nos reserva muita poesia. Além do recital no SESC de Taguatinga Norte, para o qual já convidei os salutares leitores desse diário, hoje ocorreu a confirmação para minha participação em mais dois recitais. O primeiro, dia 29/10, às 19 horas, na Biblioteca Central da Católica, com participação do Coral e do Teatro Independente da Católica; o segundo, dia 08/11, no Teatro da Praça, centro de Taguatinga, idem às 19h. Ambos fazem parte do lançamento do livro Não dá Pra Esquecer, de Margarida Drumond e do relançamento de No Acerto dos Bondes, da mesma autora. Os recitais homenagearão a Carlos Drummond de Andrade. Participarei nos dois com um único poema, de autoria de Margarida. Quem comparecer ganha um pouco de poesia.

O Governador nas eleições brasilienses
Engana o povo durante dois mandatos não-contínuos, chega em uma das zonas eleitorais onde mais engana a população, Ceilândia, fura a fila e, acredite, demora mais de quatro longos e sofridos minutos para completar o seu ato pouco democrático, fazendo com que o mesmo povo tenha de esperá-lo, na região onde a votação foi a mais complicada e demorada do Brasil. Culpa de quem? "Foi HoRoriz quem fez", como sua própria propaganda anuncia. Sorte nossa que nessa eleição em Brasília tem a confirmação impressa do voto e possibilidade dos partidos acompanharem a apuração. Ainda assim, suspeita-se que o candidato mais folgado das eleições 2002, parente do Seu Craysson, tenha tido atitudes com o "proprórzitio" de tumultuar e causar clima propício a faudes. Imagine você que essa maliciosidade, que na eleição passada não podia ser fiscalizada nas urnas, pode nos ter dado um governador fraudado pelo período de quatro enganosos e inacudívels anos. Se existe essa hipótese, ela jamais poderá ser comprovada, mas hoje principalmente, ela não sai da minha cabeça.

sexta-feira, outubro 04, 2002

Nossa!!!! Nesses últimos dias tenho me interessado muito pela obra de Francis Bacon, e olha o que descobriram hoje, que eu fiz 2 comentários sobre seu trabalho:
"Pesquisadores acabam de encontrar telas que Francis Bacon jurou ter picotado a facadas e isso leva os especialistas a reescrever suas histórias a respeito do mestre britânico, morto há dez anos." (Obraprima.net)

A Fidelidade Canina em Movimento

Man with a dog, do Bacon e Dinamism of a Dog on a Leash, do Giacomo Balla, um dos criadores do Movimento Futurista.

Dois Anúncios Felizes
O primeiro anúncio é feliz por representar uma transformação grandiosa em torno de uma maneira leve de pensar o mundo, e é triste porque vai desvalorizar uma grande parte dos quadros que eu vendi antes e durante a exposição do Café com Letras. De lá para cá, parei com a divulgação, pois percebi que outra forma de elaboração de uma obra de arte poderia ser mais sensata e verdadeiramente válida, o que interferia na forma de encarar o processo de criação, que passaria a ser mais importante do que a finalização, e o valor (não só financeiro). Mais recentemente uma exposição sobre o grupo Fluxus passou por Brasília, o grupo, dos anos 50, tinha basicamente os mesmos paradigmas que minhas conclusões têm gerado e foi um dos maiores influenciadores das formas de arte que nascem nos dias de hoje. Quadros como O Grito e o Eco, Desinterrupção, Conserva Humanista, Encontro Forjado em Um Mundo Drogado e Mundo Horizontal não devem perder, no entanto, seu valor, porque marcam bem algumas descobertas e constatações importantes e idéias que sempre incidem na minha produção, formando de certa forma a sua razão de ser. Esses motivos me conduzem a uma pesquisa da qual a primeira parte deve ser concluída daqui a uns dois anos.

Nova maneira de negociar o que está estocado no meu acervo pessoal
Imediatamente, devo dizer que, por mais espetacular que uma obra de arte seja, ainda que sua composição seja fechada, ela não é completa na visualidade ou na auditividade somente, nem mesmo em Francis Bacon as possibilidades de sentir são esgotadas no primeiro "espasmo" visual. A pintura pode tentar burlar, entretanto os sentidos não visuais, mas, de qualquer maneira, fica aberta a valoração individual acerca da obra, incapacitada quanto a monosensorialidade. Por isso, nesse momento eu estou derrubando os preços de tudo quanto eu produzir e que eu já produzi que estiver sob minha responsabilidade. Esse preço será substituído pelo valor, filtrado por variáveis sócio-culturais, materiais e motivacionais. Em outras palavras, de agora em diante, não vendo mais nada em nome do comércio de arte, mas somente da disseminação de idéias. Concluindo, quem quiser adquirir qualquer obra de arte do meu acervo que esteja disponível à venda deve oferecer a quantia que lhe parecer interessante, desde que não ridicularize o custo material da produção e a minha dedicação pessoal.

Segundo Anúncio Feliz
Fui classificado para a final de um concurso de poesia que o SESC está realizando. Essa etapa será realizada no SESC de Taguatinga Norte, dia 30/10, com declamação dos autores classificados. A poesia, vou guardar em sigilo para que haja surpresa de todos no dia, o título é Trifase e, como provavelmente estarei fantasiado, para que as pessoas que forem me ver me reconheçam, meu pseudônimo é Espírito Natalino. Agradecimentos especiais à Dany, que insistiu para que eu fizesse a inscrição e ficou muito alegre quando soube do resultado.

Falando em agradecimentos
Obrigado a todos que têm visitado esse blogue. Fico feliz pelas pessoas estarem comentando. O Solitário 2 deu uma divulgada no blogue da minha banda brasiliense predileta, o Fabiano viu e achou muito maaasssaaa, a Dany elogiou também, a Maria Raquel respondeu à citação que fiz dela no segundo dia de postagem aproveitando para elogiar sutilmente a matéria, e a Cassandra, de quem tenho sido um admirador, também acessou isso aqui. Informo que não será dada mais tanta ênfase aos textos técnicos demais... e... sejam bem vindos a esse espacinho.

Não vote em mim
Domingo é dia de sofrer e se decepcionar com a vitória ou passagem para o segundo turno do sujeito mais velhaco do DF para governador. Mesmo assim, já tenho minha lista definitiva de candidatos para votar´, só falta achar um senador, mas acho que esse vai ser nulo, e mudei hoje meu voto a Distrital, que seria de Mário Drumond (PPS), pelo fato de haver somente pessoas em que não confio ou criminosas ocupando os três primeiros lugares, votarei, então, na ocupante do quarto lugar nas pesquisas:
Arlete Distrital, Maninha Federal, Cristovam Senador, Zé Ninguém Segundo Senador, Carlos Alberto Torres Governador, Lula Presidente.
Boa sorte nas urnas eletrônicas a todos e torçam para não haver fraude na votação, que essa urna é muito fácil de fraudar sem ninguém conseguir provar e sem possibilidade de recontagem, exceto no DF, que tem recibo de votação.
Mudei outra vez de Distrital: Chico Floresta 13123
Quem ler isso antes de votar e tiver indeciso pode votar no Mário Drumond 23001 também, que ele também é contra o crime organizado, mas mudei porque existe mas gente da legenda do PT entre os 35 primeiros, que pode vir a dissolver os rorizistas.

quinta-feira, outubro 03, 2002

descoberta inútil: o Ziraldo aniversaria do mesmo dia que o Alex (meu irmão mais velho).

Onde eu queria estar
Mariannita Luzzati, minha mais recente fonte de pesquisa (dês de 10 min. atrás), está expondo na Galeria Thomas Cohn, SP. Vale à pena essa exposição, desde que se possa pagar a passagem.

Compare as semelhanças dela comigo na aplicação da tinta (com veladuras secas) e no uso da cor:

Lucy e Luiz, de Mariannita.


Desinterrupção, minha.

quarta-feira, outubro 02, 2002

Divagações acerca da arte de mim mesmo e convite
Para mim, que necessito de transcender a arte como terapia ocupacional - o que não me foi prescrito por nenhum terapeuta - questionando, produzindo e buscando respostas teórico-práticas, toda expressão nasce como a história mais ou menos em sua ordem cronológica. É uma pena eu não ter um scanner aqui do lado para desenhar o que estou pensando e postar em seguida, mas, intelectualmente (embora eu não seja, nem queira ser classificado como intelectual), evidências apontam para o fato de que as transformações históricas da arte passam por questões evolutivas do próprio indivíduo artista e a documentação dessa história permite a evolução rápida de um pensamento primitivo ao posicionamento atualizado, ou contemporaneizado.

Encontro nessa observação um ponto em comum com o tratamento da linguagem como ideologia de Fiorim: a ideologia expressa em um discurso (e uma obra artística é um discurso) aparece na superfície deste, mas as suas aglutinações e pontos originais encontram-se no nível profundo de sua formulação. Questionar e buscar respostas formam, então, um par de construção da ideologia, ou seja, de escolha dos elementos discursivos a partir do tecido da linguagem, que passa pela busca de outros discursos acerca dos mesmos questionamentos. Por isso, dizemos que não existe formulação e organização de conhecimento sem que haja citações, ainda que suas origens não sejam explicitamente citadas. Como falo sobre mim mesmo, a utilidade dessa observação é constatar que minhas perguntas acerca de minha própria produção, ainda lenta e pequena, só são respondidas em virtude de o encaminhamento dos humanos de um estado primitivo a outro mais evoluído ser semelhante. No entanto, um recém nascido é acelerado pela sociedade em que vive, um artista é acelerado pela arte e pela sociedade as quais vive.

Essas questões, que podem parecer inúteis, embora sirvam de motivação às metodologias de pesquisa científicas, têm sido saudáveis ao me fazerem perceber que pela velocidade com que me acelerei enquanto "artista" (no sentido prático, pelo menos, mas sempre sustentado pelo sentido teórico) nesses últimos três anos em que me dedico à pintura e, sobretudo, nos últimos meses (talvez uns oito), durante os quais realizei sérios questionamentos acerca da falsidade e da veracidade da arte (ainda que ambas sejam verossímeis), minha evolução "histórica" foi bastante satisfatória. É possível dizer que, embora meu organismo acumule dúvidas, relacionadas ainda a diversas épocas, que não foram respondidas, presencio uma proximidade cada vez maior com os questionamentos atuais - talvez faltem uns 50 anos para eu poder-me considerar aqui onde estou. Atualmente, proponho que nos aglutinemos, artistas e sonhadores, para que consigamos suprir um pouco da vontade que o cotidiano tem de pausar para o descanso e repensar a sua desordem, o que a arte nossa pode conceber invadindo-o com miniaturas ao invés de engasgá-lo ainda mais com farelos arquitetônicos. Essa é uma postura semelhante ao método negro de não-violência, influenciado por Gandhi e Mandella e funciona bem. Todos estão convidados.

terça-feira, outubro 01, 2002

Dois do Fluxus

"Pensar é esculpir." (Joseph Beuys)


instalação de Nam June Paik, o pai da vídeo-arte.


- Pausa para a estupefação política -
Ontem o país todo tomou conhecimento do envolvimento do atual governador do Distrito Federal com os irmãos Passos, quando alguns jornais divulgaram trechos de suas conversas telefônicas com Pedro Passos, nas quais corrogorava com a grilagem de terras da UNIÃO. Mas quem não foi rápido no gatilho ficou sem a notícia completa, já que o desembargador Jirair Meguerian, do TRE proibiu a veiculação dos diálogos em âmbito nacional.
Ontem, foi encaminhado à Câmara Distrital um pedido de impeachement, encabeçado por Rodrigo Rollemberg, ao Joaquim. Acredita-se que o pedido será arquivado, já que o acusado tem maioria na Câmara e é mestre em mágicas como a que aconteceu com grande parte das urnas eletrônicas falsas que comprometiam o governador apreendidas pela Polícia Federal, elas simplesmente foram destruídas, sem nenhuma investigação.
A mesma maioria mágica que certamente sempre votará em favor do crime organizado na direita governista vetou a pouco tempo um pedido de CPI ao governador Roriz, que não passou tanto aperto nem em 2000, quando um outro pedido de impeachment, por improbidade administrativa, foi levado à Câmara Legislativa, causando grande confusão e desordem entre seus aliados.

segunda-feira, setembro 30, 2002

DALI, o gravador, mas não em aquarela.
Ontem acabou a exposição do Dali na Câmara dos Deputados: A Divina Comédia de Salvador Dali. As aquarelas a que uma especialista da instituição Gala chamou de xilogravuras nada tinham de semelhante com a técnica de gravação em madeira, como diversos especialistas da cidade puderam constatar de perto. No entanto, os trabalhos traziam um mundo pictórico entre o céu e o inferno do próprio Dali como actante.

Waldomiro de Deus
Esse é o nome do artista naif que está expondo no Templo da Boa Vontade. Sua visão é o olhar de alguém do povo que não recusa a sensibilidade. Um imaginário, digamos, real nasce em seus temas instigantes, muitas vezes muito bem humorados, como "Jesus Cristo Gay", "A Cagona" e "Virtualidade". Sua forma de expressão é declarada por si mesmo como "sem erudição", sendo essa posição descompromissada com os pormenores da ilusão realista a deixa para a verdadeira ilusão - que fala do real ora extremamente crítico e alarmante, ora puro e leve.
Eu o Alex e a Maria Raquel (lá de BH, que tava aqui) conversamos com o Waldomiro. E eu fiquei encantado, pois em meio a uma grande explosão daquelas que chamam de Arte Conceitual, Arte Eletrônica, Interativa etc, a Popular, a Naif consegue ser de fato o que se propõe com a simplicidade que todas aquelas outras rejeitam em nome de uma complexidade que raramente consegue ser administrada pelo artista, a não ser no campo teórico (embora eu admita que nesse caso - de pouco envolvimento - é difícil que alguém obtenha sucesso).

sexta-feira, setembro 27, 2002

Aqui estamos. Esse é o futuro. Olá, amigos invisívels, olá paredes utópicas. Saudações! Essa é uma pequena parte da minha pequena vida de artista, onde questões filosóficas serão lançadas e informações interessantes, creio eu, serão publicadas. Espero que gostem.

Essa página que você vê dentro de alguns dias poderá sofrer alterações substanciais, já que estou testando meu próprio template.

Caso queira falar comigo, meu e-mail é a.lan@bol.com.br (colocarei-o ali ao lado, abaixo da imagem do passo do pato), que eu não gostaria que fosse usado por empresas de Marketing, pois tenho traumas delas.

Sobre esse blogue

eau de parfum é uma expressão em francês, idioma que eu não domino. A escolha ocorreu por meio da sonoridade que, por si mesma, confere sentido a situações em que essas palavras estiverem envolvidas. O som dos vocábulos possui valores de significância sem passar necessariamente pela qualidade de signo. Esse é um dos motivos, mas é apenas uma parte de outro dos motivos que me levaram a batizar esse blogue assim.

eau de parfum é o título do primeiro livro em regime semi-artesanal (ou semi-industrial) que vou publicar em tiragem limitada e única, no primeiro semestre de 2003, ele não se utiliza necessariamente da linguagem verbal, aliás, creio que nenhuma natureza dos signos possa existir sozinha, e nunca existiu em nenhum momento da história da... arte (pelo menos).

Duas considerações finais, após sua sensação diante da expressão "eau de parfum", ela é escrita sempre em letras minúsculas para afirmar as "deformações" provocadas pelas alturas diferentes das letras e eliminar a angularidade grotesca das letras maiúsculas; por último, se você ainda não olhou no dicionário, direi, só mesmo para eliminar a possível curiosidade, que eau de parfum significa colônia de perfume, mas que não há sensação melhor do que imaginar o seu sentido sem associar com o significado léxico.

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