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allan de lana

terça-feira, março 25, 2003

Todo o meu tamanho
Polegadas achatadas
A se desdobrar uma-a-uma

Pode ser todo
Pode ser tudo

Pode não ser
Acabar
Se perder...

Mas se perdurar.
Pode usufruir
Talvez sem dizer
Talvez sem sentir-se obrigado.

Para mim,
Basta o querer
sem sangrar, sem bater,
Jamais ser derrotado.

domingo, março 23, 2003

horizontalidade-verticalidade
Me agrada muito olhar para o Cacto. É um momento de paz difícil de ter atualmente. O nome do meu cacto é Cacto e foi a Dany que me deu ele de presente. Abraçar e beijar a Dany é outra experiência que desacelera minha loucura televisiva, o stress a que o simples fato de eu ler ou ver um jornal me submete.

Cacto

Se viras do avesso és doce
Se olhas para dentro és macio
Se bebes, não te afogas
E ainda há o que tu reservas.

Se reviras ao verso és medroso
Se olhas teu corpo vês espinhos
Se te defendes não te atiras
E sempre há o que tu reservas.

Se viras meu verso, é que és doce
Se olhas meu dentro, é que és tão macio
Se me embebes, jamais me afogas
E ainda há o que me reservas.

Se me reviras ao verso, és meu espelho
Se olhas meu corpo, teus espinhos
Mas se te defendo, sim, me atiro
E sempre há água com que te rego.

quinta-feira, março 20, 2003

QUERIA AMARRAR O BUSH, O HUSSEIN E O BLAIR UNS AOS OUTROS, BEM APERTADO, E TRANCAFIÁ-LOS DENTRO DE UM QUARTO CUBICULAR COM BARULHOS ENSURDECEDORES DE BOMBAS, MÍSSEIS E METRALHADORAS. Depois a gente decidia o que fazia com eles, esses lixos humanos, vírus do Hitler. Será uma epidemia? Pelo menos na África e no Oriente Médio, esse vírus ataca mais e mais fulminantemente do que o vírus da AIDS, que o mundo já está tendo meios de controlar e evitar.

trabalho cumprido 1
Ao todo foram 11 páginas ilustradas, das quais 8 serão usadas na publicação de um livro importantíssimo para a disseminação da nossa história parlamentar e seu dimensionamento exato. São os grandes momentos da Câmara dos Deputados, levantados de um acervo enorme do Centro de Documentação Parlamentar e outros livros, escritos por Casimiro Neto. Esse foi meu trabalhinho de férias, com quinze dias de ralação integral.

Tive uma dedicação das mais contentes e bem aproveitadas de todas. Impressionante é avaliar agora que tudo terminou e perceber que jamais eu sairia tão contente de um trabalho tão difícil se não fosse algo tão importante. Embora seja ilustrativo e prescindível, com toda certeza leva a potência da imagem a acrescentar à mente a capacidade de reconstrução da portentosidade de nossa história. Por isso, imagino, quando terminei não consegui passar pelo fim como se fosse fim.

As aberturas para reconstrução aparecem fortes sobre a superfície descoberta e no esboço a lápis muitas vezes à mostra e inconcluso. A ilustração joga com o tom artístico e o histórico: atualiza, regride, eterniza. Assim discute a linguagem expressiva ao mesmo tempo que afirma um fato histórico. As cenas e personagens mais importantes aparecem como centro de módulos que extrapolam o formato e chegam do indefinido ao definido, do mais abstrato ao mais figurativo das bordas para o centro, do desordenado e complexo para o nítido e simples, do mutável para o fixo... Assim, com vários passados e presentes, é uma ilustração artística e documental.

O livro do Prof. Casimiro Neto, se for lançado, estará disponível na página da Câmara dos Deputados para "download". Será imperdível.

trabalho cumprido 2
A matrícula da UnB acaba amanhã e começou anteontem. Não havia ninguém do CAPLAS disponível nem disposto. Desde muitas matrículas atraz os alunos reclamavam da desordem nesses dias. Mas comigo no CA isso não pode acontecer. Chamei pessoas para ser voluntárias. Interceptamos os documentos da pré-matrícula com ajuda do professor de Design, Evandro, ordenamos por curso e matrícula e grampeamos. Três dias antes disso avisei a 2 coordenadores que iriamos fazê-lo. Um, do curso noturno, quis se opor, o outro, de Licenciatura, gostou muito e agradeceu. Este já me conhecia e acho que confiou mais no CA do que aquele. O fato é que estivemos orientando o pessoal. As informações que circulavam sobre as inúmeras mudanças votadas no colegiado, com minha oposição (sou representante do CA no colegiado), mas com unanimidade de aceitação dos professores, foram feitas de ponta-cabeça e nenhum secretário nem coordenador sabiam informar nada a respeito. Deu trabalho orientar aquele pessoal e foi uma zona o início de tudo, com atrazo de mais de meia hora dos coordenadores. Se não fossem os vountários que ajudaram, a matricula provavelmente começaria só no turno da tarde, com atropelos irreversíveis. Hoje e amanhã, não temos mais voluntários inscritos e eu vou descansar. Tudo está bem mais tranqüilo e fácil de ser resolvido (outra vez: graças a nós, os estudantes da graduação) e não haverão maiores complicações, pois o Maurílio, secretário do VIS, vai estar lá e ele sabe como deve ser o trabalho dos coordenadores, ficando sobrecarregado por isso.

A vantagem de tudo é que agora o CA tem relátorio dessa atividade do dia da matrícula, o que nunca fizeram antes. No semestre que vem os próximos ocupantes deverão ter uma postura fiscalizadora e denunciar negligencias do governo com relação aos profissionais do VIS, além de apoiar o trabalho dos coordenadores para que eles não cheguem no dia da matrícula sem ter um conhecimento mínimo e atrapalhar tudo mais do que já é.

quarta-feira, março 12, 2003

Guerra à história da arte
Os especialistas estão preocupados: a guerra no Iraque provocaria uma pausa na arqueologia não apenas naquele país, mas em todo o Oriente Médio, e poderia levar ao bombardeio e à pilhagem de algumas das mais antigas cidades da Mesopotâmia, que correriam o risco de ser saqueadas a ponto de se reduzirem a ruínas de ruínas. Por John Noble Wilford e Holland Cotter, de The New York Times

quarta-feira, março 05, 2003

ode ao blogue
Um blogue pode ser uma experiência reveladora. É possível designar esse tipo de ocorrência, que promove auto-conhecimento e entendimento, como uma das qualidades que jamais abandonaram a arte. Ainda que uma obra de arte surja em meio a preconceitos, ela mesma não é nada além de um mundo regurgitado e recapturado pelo conhecimento perceptivo. É assim que um Pedro Américo promove um evidente conhecimento de si por meio da retratação da Batalha do Avaí em que aparece vestido de soldado, portando um comportamento e uma expressão, além de possibilitar a propagação temporal longilínea da historicidade de um acontecimento e das preocupações das ciências de sua época e espaço. Usando mídias diferenciadas das do mestre do séc XIX, Nelson Leirner hoje dá motivos para discutirmos sem fracassar pela desistência o papel da religião e da moda e as vicissitudes e vícios das nossas convicções. Já o blogue eleva ou rebaixa à arte da revelação; não é um "reality show", mas costuma ser o registro de experiências válidas de maneira muito mais refinada. Exige não somente a descrição de fatos: ao descrevê-los e nomeá-los, automaticamente, ainda que não haja vontade consciente, ocorre a atuação do estilo como elemento de análise. Em outras palavras, prosaicas e incultas, blogar é reviver, selecionar, estilizar e revelar-se a si mesmo.

homenagem a um blogue morto - seis dos últimos momentos
Hoje deletei meu antigo blogue, mas selecionei alguns dos seus últimos suspiros, um deles já denunciava, no início de setembro de 2002, antes mesmo da imprensa, e anos depois da minha descoberta, roubos na saúde pública do DF que mais tarde, quando passaram a ser feitos sobre a compra de remédios, levaram centenas de pessoas a falecer nos hospitais (Isso mesmo, para quem é de fora ou de outro país, nosso governador é ladrão e assassino). Eis a homenagem::::

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O meu T4 está livre e meu TSH, ultrassensível, por isso eu quero escrever poesia
Tire o óide daqui, beibe
A quimioluminescência automática chegou.
Nenhuma iluminura é analógica e todas ficam mais ou menos na minha cabeça
O meu livro das horas.

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acho que meu blog tá com vírus do Baba, um árabe filho da pauta... Que porcaria era aquela? Muitas letras, muitas mesmo!!! Alucinações nerds?
Que acontecimento mais macabro!!! Agora aparecem Figurasinhas de colocar em fundo de página encima na esquerda.
Você viu isso?
Diz que viu, pra eu não me desesperar com os 150 ml de chá de cogumelo que eu virei ontem.

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Tentaram derrubar a Oficina do Perdiz
Nunca fui lá, mas pretendia ir
Me parece ser melhor do que espaços culturais
Regularmente inscritos nos buracos dos anais
Da Secretaria tola e medrosa
Que coloca a nossa arte no sovaco
Da urna do Estado-Macaco
E essa arte melindrosa, politicamente perdida
Poderia ser salva em alguma casa alternativa
Por isso, se eu fosse o fiscal
Deixava de ser animal
Protegia os bens caídos nos braços da cultura
Como a Oficina do Perdiz
Esquecia também a Marlene Dornas
E a ordem da Secretaria-Chafariz
Tomava dos políticos a cultura
E iria derrubar era a casa do Roriz.

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Vamos ser enganados pela "urna", morte à urna.

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Baré cola:
o futuro em nossas mãos!

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Me veio à mente um trabalho de campo sobre comunicação empresarial que eu fiz uma vez em um hospital público e quando eu tava interpretando os dados levei um susto que quase caí da cadeira. Voltei ao início, ouvi a fita outra vez... Tava certo, a FHDF tinha um funcionário fantasma na área de imprensa. O que você faz nessa hora? Chama a polícia? A pessoa que me deu a entrevista nem se tocou do que ela tava denunciando (apenas informou números e dados sem análise). Eu não fiz nada, só dei destaque a esse ponto no seminário para concluir que: "informação não é comunicação." e que a área de saúde pública estava sendo usada ilegalmente, apesar do corte total de investimentos em programas de prevenção na época. Isso tudo eu lembrei porque preciso passar o resto dos disquetes pro computador e organizar minha pasta.

domingo, março 02, 2003

Minha ponta de lança

Dança.

Um passo grande com fé
no pequeno
sem esperança.

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