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allan de lana

segunda-feira, agosto 29, 2005

aquele que chegou próximo da escuta estética correu o risco de se tornar especialista, porque em nossa moral não se pode deleitar do sofrimento alheio, nem demonstrar sentir o cortante da fala. Daí uma prática cuja função, na sociedade captalista, é o recalque dos sujeitos que a constituem, dos seus profissionais.

talvez, porém, os surrealistas tenham reivindicado um gozo-de-escuta na fala, na prática da projeção de pensamentos associativos. Esse foi o seu anti-modelo terapêutico. Degringolara, o dada, até que filhos dele descobriram limites expandidos que um plano melancólico e niilista trazia enquanto vontade! O desespero pode ser e parecer amigo do simbólico, ou seja, ser perverso com um círculo que o domina e desdobrar a ordem (o mando) em suas possibilidades mais progressivas, fazer assim o seu método não-estruturalista de educação.

Será possível um método da educação por intermédio da escuta, uma sociedade das falas in-materiais em que o livro de memórias e coisas acabadas não seja mais uma instituição? Será possível levar, ainda, esse ideário além de um plano de harmonias e construí-lo na instabilidade suburbana, como uma escuta marginal?

- respostas a essas perguntas a cargo de outras gerações.

sábado, agosto 27, 2005

metafísica do livro - o ritual
1) oferecemos o corpo, para que as páginas o fatiem;
2) abrimo-nos aos prazeres do não-senso;
3) deixamos que fístulas nos desenraizem e descorporifiquem - a leitura é infecciosa;
4) fazemo-nos vel e névoa a-histórica distendida;
5) cosmificamo-nos;
6) sentimo-nos flutuantes e singulares;
7) por último, desconfiamos que o simbólico nos sujeita - o nosso livro e filosofia resultaram de uma doutrinação hegemônica.

... depois, ainda, além do imaginável, esquecemos - olvido-é-válvula.

"(...) E como, de fato, há no texto [bíblico] tanta coisa obscura e inacabada, e como ele [o crente] sabe que Deus é um Deus oculto, o seu afã interpretativo encontra sempre novo alimento. A doutrina e o zelo na procura da iluminação estão indissoluvelmente ligados ao caráter do relato - este é mais do que mera 'realidade' - e estão, naturalmente, em constante perigo de perder a própria realidade, como ocorreu logo que a interpretação atingiu tal grau de hipertrofia que chegou a decompor o real".

AUERBACH. Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental. São Paulo: Perspectiva, 2004. P.12

domingo, agosto 21, 2005

Interessante... Garimpando nos cafundós das minhas lembranças que foram escritas para poderem ser esquecidas encontrei uma mosca e um mosquito. É assim, lendo, que de muito se lembra. Portanto, alguém que leia meu escrito pode lembrar por mim daquilo que eu mesmo sequer imagino que existiu um dia. Mesmo que eu me tenha encarregado de escrever (e esquecer). Segue um novo achado, agora devidamente catalogado e numerado.


039 (A Mosca e o Mosquito)

Zumbido
Mosca
Mosquito

Escondidos
Zumbido
Mosca

Mosquito
Aflito
Zumbido

Mosca
Mosquito
Lixo

Núpcias ao relento
Zumbidos gemidos no vento
Mosca
Mosquito.

segunda-feira, agosto 15, 2005

diagramas
































































id-agramas











domingo, agosto 07, 2005

a fotografia na microexperiência social

"moça, tira uma foto minha ali?"


comportamento típico de mãe curitibana é obrigar suas crianças a fazerem o mesmo...

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