aura, explica Walter Benjamin, é uma experiência do eterno sentida no momento transitório e único.
a fotografia tornou reprodutível o que antes era único. acabou com a aura. tirou-a do domínio exclusivo da aristocracia. a fotografia é uma burguesinha.
mas uma foto recupera sua aura, ela pode ter (e tinha) rastros da ação do aparelho (abrir-fechar), possui vida no tempo e se torna acúmulo de vestígios, um objeto com aura.
o contemplador, aquele que a restitui na versão atualizada e imaginária, faz que a imagem exista no momento único e transubjetivada. não adianta não querer, a aura vive!!!
além do discurso da originalidade e da unicidade, passamos à re-velação no instante. para isso, podemos utilizar a experiência do êxtase provocado por adrenalina e força.
não me apego à não-expansão-reposição das idéias de Walter Benjamin e, assim, afirmo que essa é uma estratégia da aura, não uma coisa do sujeito que prova dela.
a experiência do êxtase. o sujeito equivale-se à eternidade do transitório ao fazê-la e ganha a dimensão do cosmos por um pulso - ele é pura faísca presente.
um corpo cruza a linha de chegada e tomba: o chão é leito onde se dissipa o gozo, no momento em que a consciência reencaixa-se, em que a alma se torna novamente uma singular e minha puerilidade torna-se camada fina por chegar novamente no seu auge de energia.
em cada corrida me torno um sopro e, após ela, eu sou mais um.
sábado, novembro 11, 2006
Postado por allan de lana às 6:53 PM
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