amigos, quanto tempo!
há um pote de fubá aqui. eu o guardo, pois de certa forma ele me deu uma força pra pensar sobre a relação que o povo da serra do cipó, no povoado de cardeal mota, estabeleceu com sua história. mas hoje mal consiguiria me aprofundar nesse assunto, pois olhando aquele pote de fubá (talvez como sátira inusitada a descartes quando olhou para a cêra de abelha e descobriu que pensava - vide a número dois das suas meditações) e lembrando de algumas das minhas escolhas e caminhadas recentes fiz uma nota-poema de viagem.
é uma nota-poema para aquelas horas em que nos cobram, mesmo em pleno caminho, sem um porto-seguro, um comportamento delineado e estável, conforme um desejo típico de uma família bem acabada em que os nomes próprios acabam mesmo sendo os atributos principais das pessoas, as quais se moldam conforme a idealização prévia que o nome nomeia.
Estávamos tão bem moídos...
Há planos para todo lado.
Planos e reticências moídos
mas cheios de poréns
e querendo voltar a ser milho.
Só não me esqueço
daquele fubá com carunchos:
bem moído era...
estávamos felizes
grudando fubá com a baba
e sendo fubá moído por dentro...
Não seremos milho novamente,
não adianta - nunca o fomos!
Você lembra?
Lembra do que não fomos?
Não o seremos novamente.
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