Porque não tomamos uma bebida mais forte agora?
Afinal, somos só uns cinco leitores contando comigo, e escrevo até mesmo para quem poderia ser meu vizinho, daqui de Brasília, que a conhece tanto quanto me perco no plano x/y e fora dele. Mais umas visitas esporádicas de São Paulo, um ou outro colega dali da UnB, alguns sujeitos bem peculiares e com quem compartilho de umas e outras simpatias, a namorada com dois anos de companhia e...
Ah, sim, é espantosa a companhia: do que nós gostamos é dessa morbidez solitária e estabilizada, uma duplinha perfeita, mas talvez seja para poder quebrá-la-quebrá-la-quebrá-la-...: destruição contínua. Mas é só hipótese, e quem não concorda com essa forma de matar a si e a outros junto não pode fazer o que faço. Nem namorar e ser fiel, nem trabalhar em atividades técnicas e repetitivas, nem estudar em uma Universidade, nem tentar ser chato, incoveniente ou sóbrio demais. Não pode também confessar essas coisas em um blog, porque isso pode comprometer certos propósitos, pode deixar transparecer certo sadismo em asfixiar o mundo consigo.
Quem, afinal, não gosta de deixar uma fumaça arder laringes, fagócitos, narinas e entupir vasculares? Quem não experimentou um dia, silenciosamente, o torpor da morte anestesiando a carnalidade das coisas reais? É uma força maníaca e psicótica que nos coage na intimidade. Esse é o sadismo de apresentar o vazio incômodo presente nos heróis ansiosos e permitir um pouco de nojo por quem não entende o que vê ou, como um professor que olha um quadro, entende tanto que acaba achando ser inverdade. Não pode haver no sarcasmo tanta clareza técnica.
Enfim, senhores, de volta às férias pela UnB, após o auge do meu treinamento excentricista, um semestre de dedicação em ser chato, sou novamente quem sou, esse tímido-introvertido. Alguma coisa, entretanto, uma fagulha, mudou a pólvora comprimida na visão-vista. Haja falsidade nesse teatro, mas adoro todos de amor profundo e verdadeiro.
sábado, julho 03, 2004
Postado por allan de lana às 4:54 PM
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