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allan de lana

terça-feira, março 21, 2006

048
e agora, essa gordura de presunto em minhas mãos
uma bomba armada em minha mala
aquele morto subindo a escada rolante
?

049
te amo com as ogivas de minhalma
tenho cautela ao beijar teus seios
sofremos mal de pátria...
e que ninguém nos descubra!

quinta-feira, março 02, 2006

me pergunto:
a leitura em voz baixa é mesmo uma modalidade de leitura?

e ainda:
em voz baixa ou em silêncio?

quem é o interlocutor do meu silenciar?

quem assiste essa minha atividade ou essa minha objetividade, que é insondável, para com as palavras?



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47
quanto mais eu leio, mais percebo não estar vivo.
quanto menos eu leio.



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ponderações
... mas é preciso silenciar às vezes, desde que isso não implique em uma crise de auto-afirmação, numa negação depreciativa do ouvido.
... dizer, afirmar, perspectivar e provocar é precioso - mas perder os ouvidos na própria língua é uma bobagem.
... o george bú é um falastrão - veja a merda...
... severinos e mendoncinhas silenciaram às vezes como sintoma de uma patologia moral (isso indica que eles negaram o ouvido - sentiram a marginalidade de um órgão fundamental)...

... a leitura se dá em silêncio, a vidência no escuro...
o toque - na distância do desejo...

... o amor é uma relação de conhecimento...

... andam procurando escorpiões debaixo dos lençóis - os que querem achá-los com a própria língua perderam não só a cabeça, mas o seu cérebro diluiu-se, depois decantou-se (e agora deve estar boiando) no verbo-de-molas...

quarta-feira, março 01, 2006

a capacidade de conhecer sem ouvir é o teletransporte, fruto de uma das maiores revoluções que a sociedade cristã idiota já presenciou - a loucura.

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