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allan de lana

quinta-feira, janeiro 25, 2007

bem... começo aqui, pela primeira vez neste blog, com esse pigarro. o motivo é que eu disse que iria complementar o texto sobre Epicuro com um outro texto a respeito dos amigos que se reúnem em um jardim. ainda não fiz isso e nem, como faço normalmente, apaguei a frase que se refere a esse assunto, o que seria muito mais cômodo pra mim... ocorre que de fato ocorrerá esse acréscimo, porém tenho-o dificultado com uma meta que me impus, de eliminar da vida certas contradições. parece-me que essa 'desterritorialização' não é nada fácil, até que se realize com facilidade. tenho tido alguma dificuldade em retomar um raciocínio prolongado na escrita e nas atitudes em um nível mais agudo do que eu vinha tentando. quando dores no joelho me impediram de continuar tentando alongar minhas lentas e demoradas corridas, notei que algumas categorias ainda estavam tão arraigadas em meus hábitos que meu pensamento, que eu tinha dificuldade de conceber sem que se desse no plano dos objetos e das ações, ocasionava um desgaste físico grande. mas ficar 'parado', sem fazer quase nenhum exercício longo, também leva à degradação do organismo, que fica sedentário, logo impossibilita-se aos pensamentos mais agudos, extendidos e re-generados no corpo. além disso, tal situação promove a ansiedade e a dissipação de energia em pequenos atos auto-flagelatórios e em círculos irresolutíveis do pensamento (lembro-me por isso vagamente da linguagem corporal na criança, tal como abordou Henri Wallon, cuja ausência levaria a um degradante 'circuito perverso' da desmotivação impulsionada pelo não-saber e não atuar). enfim, gostaria de retomar de um modo muito mais vigoroso aquele primeiro pensamento corporal e isso tem cobrado-me esforço e uma desadaptação que acaba levando a um certo abandono temporário de algumas sistematizações. esse grande parágrafo termina aqui e eu partilho de um poema-comentário que recebeu o número sessenta - surgido em um contexto um pouco distinto desse que expus.


60 - resposta aos comentários

queria comentar
sem dizer nada.

e o nada que
não
tenho a dizer
é.

ilustrar
me faz parar
de roer as unhas
(uma terapia),
coisa que também
é prazerosa -

dói sem ninguém ver,
termina secreto
e sem velas
como a saliva
de um enforcado
político.

eu não disse nada.

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