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allan de lana

sexta-feira, setembro 05, 2008

068
um ruído sem-terra exigiu seu pedaço de papel no livro de um poeta,
mas por ser indelicado, foi morto a solos de guitarra.

Espalhado aos estilhaços foi caindo
e acenou para alguns lados
formando na queda, aqui e ali,
esta fala tríptica sem nenhuma arte:

misbu...............j kkl d.....lenvlenv
tr......................ed-eie.....inv -inv
ru r...................i-i-on*....crosscro


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o que há? tem mais de cinco anos que aqui estou. aqui é meu calabouço e você vem me seguir de vez em quando para me ouvir falando sozinho e tirar as suas fotografias do escuro.

ah, sim, como é bom falar sozinho e ficar no escuro - uma coisa leva à outra, mas a treva é tão mais forte que é mais provocadora da fala para o nada do que o contrário. isto é, raramente nos sentimos na escuridão por causa da palavra lançada ao éter. mas experimente a insegurança de saber que a sua própria membrana corporal pode ser atravessada por um ser que está aí mesmo, aí do seu lado sem que você veja! tente dar um passo sem saber se logo em frente está o fim do mundo num buraco enorme... ah, como um empuxo qualquer atrai a espinha nessa hora - houvesse algum encapuçado com a sua marionete, bem atrás! e podemos olhar que o veremos, ele estará lá a mandar em nossos movimentos, feito da mesma mancha escura que tudo cerca e submerge.

aqui é escuro, de fato, e sempre tenho um presságio de que alguém está por perto e que lê algumas frases que escrevo - na verdade sei quais são os leitores, eles demonstram muito bem que o são, quando têm oportunidade. acontece que não só mantenho essa seleta meia dúzia de sonhadores no lugar do fantasma, como noto também da parte dela a mesma relação. cultivamos a mesma fobia com uma grande curiosidade de ver surgir alguém sob o capuz da noite - alguém que sempre faz o seu "dark-striptease".

come here to me, ladies and gentlemaaaan!


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apesar do exposto acima, resolvi dar as caras um pouco mais... acender uma lanterna vez ou outra. comecei agora a fazer uma seleção de imagens, como parte de um mergulho necessário dentro de um monte de matéria bruta, e a publicar uma parte delas na rede. a própria publicação ainda é material não-trabalhado e tem apoiado certas decisões para novos projetos (como se houvessem antigos projetos...).

nesse momento, há duas pequenas seleções, uma de pedregulho, rock and roll, outra de water and mist - white haze growing in the eyes and fuck washing them.

http://www.myspace.com/allandelana

tem muitas possibilidades de seleção, a maioria aparentemente piegas. notei, por exemplo, que passei um bom tempo fotografando flores... se para cada uma delas tiver passado um centésimo de segundo, talvez eu tenha perdido em torno de meio segundo nisso. não descarto a idéia de que algumas fotografias possam ser ampliadas, mas se isso ocorrer, está fora de cogitação amparar-me no realismo da técnica como justificativa.

aceito parcerias.

o momento consiste em compartilhar um processo que se encaminhará, de modo crescente, para retomadas (explorações). a exploração se tornou um princípio construtivo ligado, a um só tempo, ao conceitualismo e à figuração - por mais que para alguns isso soe contraditório. (e de fato é uma afirmação a ser investigada em mais detalhes, pode haver equívoco...)

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