...

Minha foto
allan de lana

domingo, novembro 17, 2002

Cheguei de Goiânia
Trazendo 2 CDs novos como minha bisavó na malinha.

A humanização do Design?
O que é uma arte genuinamente brasileira? Isso existe? Espero que sim, mesmo com todas as distorções que na prática essa expressão "genuinamente" apresente. E ainda, admitindo que a "personalidade" do Design (contemporâneo) tenha em sua formação algumas pitadas de arte e contribuição de artistas, será que é possível surgir um Design brasileiro?
Essas questões não podem ser respondidas com um nacionalismo qualquer, um amor fervoroso pela pátria. Aliás, nenhum nacionalismo pode-se dar ao luxo de posicionar-se do lado do sim ou do não. O âmago intencional dessa última pergunta é a identidade cultural - os ritos, os mitos, as ciências científicas e tradicionais, artes, cultura - dos povos que recebem a miscigenação do Design, associado ou não às ciências administrativas e ao Marketing.
Se entramos no campo do Marketing, a identidade cultural não pode ser preservada a não ser sob condição de ser derrubada. O Marketing, esse vírus comercial, muta-se e muta lentamente em função de seu axioma plano o meio em que age, tornando-o vulnerável. Sua única e final intenção não pode ser mais do que: o lucro: ainda que essa faceta que abarca toda a face pareça estar cega e reduzida a uma inofensiva verruga. Para ser sintético, abstenho-me do aprofundamento a esse respeito, já que sempre que se trata de globalização esse assunto é recorrente e muitos autores o tratam muito melhor do que um mero "estudante escritor de blogue" (sendo cruel comigo mesmo).
Por outro lado, o Design não associado ao Marketing, pelo menos em seus princípios morais (que são os de quem o faz), mesmo que sim em sua necessidade de suporte financeiro, pode ser, entre aspas, nacionalizado. Eis abaixo uma sugestão para estruturação simbólica de um "produto" que apresentei em um seminário no semestre passado:


As xícaras são de Mestre Cardoso, citam as cerâmicas, peças da arte marajoara, com símbolos próprios e enraizados na cultura regional de uma época e de um local. Convidei-me a perceber o que a realidade fala sem dizer, ela fala sobre ela mesma. A escolha da arte marajoara fala, sem dizer, que eu busquei uma análise estrutural visando responder: a arte pode dar ao Design a genuinidade nacional?
Muito provavelmente não responderei com toda amplitude essa pergunta, faltam-me conhecimentos sobre história, mas o modo como respondo atualmente já permite escolher um método de elaboração extremamente forte, mas que, como se faz no campo seqüencial e extremamente racional deve ser destruído, por esbarrar em maquiagens do mesmo tipo daquelas das maquiadoras do Marketing. Somente são grandiosos em seu "espírito" (no sentido como não o define Hegel - sarcasmo surrealista) os objetos desenhados sem o uso de qualquer método matemático não numérico (ou numérico).

Nenhum comentário:

Arquivo do blog