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allan de lana

quarta-feira, novembro 27, 2002



Se me perguntas o que desejo mais avidamente nesse momento, digo: ir ver Nelson Leirner. SÃO PAULO É A CIDADE DOS SONHOS!!!
Vê uma transcrição de uma fala dele, feita em uma matéria do Obraprima.net:

"(...) Durante três ou quatro anos, começaram a acontecer muitas coisas com a minha carreira; coisas retumbantes, embora estranhas. Notei, por exemplo, que com seis meses de pintura fui premiado num salão. Com um ano de trabalho exponho na melhor galeria de São Paulo, a São Luiz, que apresentou meus desenhos sem vê-los antes. Mais seis meses e entro na Bienal; e Stanislawsky, crítico polonês de fama internacional, acrescenta ao meu trabalho uma longa crítica. Aos poucos, a gente vai percebendo a razão de tudo. A qualidade de meu trabalho não possuía a importância que lhe foi dada. Era uma pura questão de prestígio social. Tinha visão do que fazia então, e sei que era realmente ruim. Quem trabalha seis meses não pode surgir de repente e ter seu trabalho aceito. Pode mostrar apenas que tem talento. Com a consciência do que estava acontecendo, surgiram perguntas sobre critérios de julgamento e sobre a própria obra de arte. Tudo isso punha em xeque e em dúvida o valor das coisas. Compreendi que se pode construir um cara qualquer; até sem ver seu trabalho. Era natural que começasse a soltar tudo o que estava dentro de mim, logicamente num sentido de contestação. Esse foi meu começo"(São Paulo: Paço das Artes, 1994. p. 41-42).

Recomendação para leitura nesse momento caso você tenha ficado tão perplexo(a) e contente quanto eu:
Honoré de Balzac. Ilusões perdidas.

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