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allan de lana

segunda-feira, dezembro 30, 2002

Abraham Palatnik.

Palatnik!
Parece A Palavra mágica da cinética.
Palatnik!
Basta dizer com convicção.
Os objetos ganham vida própria,
No escuro, a luz ganha inteligência
e a forma de seu sentido, projeção.
Nada representa Palatnik
Ele conduz à quinta-essência
de que somente a luz é a multicor
em ação.

Nelson Leirner em Brasília
Eu já havia dito que Nelson Leirner estava em Brasília, na galeria ECCO? Não? Pois é, está. E é melhor você ir ver logo, porque não sei até quando ele vai ficar.
Mas cuidado... Muiiiito cuidado para não virar macaco. Não seja um macaco como os que não nos deixam usar Nelson Leirner: abra o zíper! Mas não faça macaquices como a minha de perguntar pra monitora se a gente pode usar as obras, porque ela vai dizer que não e vai ficar vigiando como fez comigo e com o Alex. Apesar de ela ter sido gente fina e dado as costas umas vezes para fazer de conta que não tava vendo que eu tava abrindo e fechando o zíper e apertando a Mona Lisa.

Para ninguém ficar pensando imoralidades, explico. Lúcio Fontana fazia cortes com estiletes em suas telas monocromáticas. Assim, abria o espaço, expandia o vazio. Seu argumento colou e ele ficou famoso. A partir daí, passou a repetir a experiência gestual do corte com estilete em várias telas monocromáticas, incessantemente, como que vislumbrado pelo espaço infinito que criava (ou pelo Glamour obtido a partir da idéia).

Nelson Leirner então sofistica a idéia de Fontana com um ato simples: costura diversos zípers em uma tela, que podem ser abertos ou fechados de diversas maneiras, dispensando a repetição da compra de novos materiais semelhantes para "brincar" com o estilete e possibilitando que a experiência do espaço seja vivida e desfeita. A obra é interativa, mas na galeria não pode ser tocada (que maravilha, não?).


A Mona Lisa (ou as Monas Lisas), mostra a vulgarização de um objeto de arte original que se tornou um mero objeto decorativo e muitas vezes um antiquado símbolo de "status", servido à idolatração do poder vazio das imagens fora de seu contexto original e completamente deturpadas. O mesmo ocorre com a santa ceia.

A exposição ainda vai muito além, levantando questões e ironizando a tão mal usada arte conceitual, confundida cada vez mais com o "cult" e "intelectualizado" modo afrescalhado de ser.

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