O grupo Ruptura propôs na década de 1950 uma nova vanguarda que retomou o construtivismo Russo, pregou novamente o racionalismo na arte e a destruição do naturalismo, enveredando para rumos semelhantes ao da ciência positivista. Por ser um retorno e ao mesmo tempo uma continuação de vanguardas, poderia ser interpretado como neo-vanguarda, não sendo original, mas uma retomada - dessa vez menos enraizada - de um outro movimento. O que impede essa análise é somente o caráter cientificista que assume, incapaz de rever o projeto e as aspirações originais, primeiro escritas por Gabo e Pevsner nos anos 1920 com o "Manifesto do Realismo", e todo o clima de diversidade dentro de artes construtivas que podem parecer conciliáveis, como a de Gabo e a de Malevich ou Tatlin. Imagine, no entanto, quando entram novamente em jogo aspirações regionais, o particular e o singular na arte, quando ao princípio construtivo tardio no Brasil liderado por Waldemar Cordeiro é levado o sentimento e a consciência do sujeito e a subjetividade retorna... Antropofagia Cultural! Na década de 1960: antropofagia. Seu ápice se dá gradualmente com o abandono da "vontade construtiva geral", que deixa com que a Arte Pop penetre e seja completamente deturpada, para felicidade das todas as Artes. Que fim trágico teve tanta honraria? O medalhão que comandou os adoradores nazistas da mesma arte aceita pelo Adolfo alemão e atacada pelos primeiros concretos: o realismo-naturalista milico daqui também não é original, ele é a quase-vanguarda desorientada refletida pelo espelho do Adolfo Hitler original. No final das contas, as vanguardas estão todas no poder, pedindo uma a uma que sejam dribladas e desmobilizadas, por isso "Seja marginal. Seja herói"!
segunda-feira, julho 28, 2003
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