paisagem e monumento aos mortos
Os heróis brumavam na bruma
Escondidos, como o rio descendo à garganta
Sob o véu que encobre e acalanta
E atravessa dias, noites... no vento
(Um stratus nevoeiro é que o carrega).
De um lugar em mim, essa voz aos mortos canta
a razão dos vivos, que na terra faz o monumento.
Seu robusto guardião do nada é que anuncia mudo:
Paraíso dos bravos que lutaram...
Um passante ali viaja, dissolvido em fundo alento –
na escuta de seu peito, a palavra dos que amaram:
Oh, dance! dance na escuridão da noite,
Pois o tempo... o tempo nos contará tudo!
Mais acima, há uma estaca onde passavam
elevadas nuvens no muro da vertente,
leves cúmulos de acetinado veludo
que, de tão lentos, o céu ainda transmudam.
Seus cristais são como a rocha, mas desfazem de repente,
como o arquétipo do homem que desbrava
(infinito que sustenta nos cabelos seus, fluentes).
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